Sociedade Catarinense de Mastologia

Hereditariedade não é principal fator de risco para casos de câncer de mama

A semelhança entre mães e seus filhos na maioria das vezes é visto como algo positivo, afinal, que mãe não gosta de se ver nos traços de seus pequenos? Porém, quando essa mãe tem câncer de mama, a genética passa a assustar principalmente às filhas que acreditam que serão assombradas pela doença a qualquer momento. Por isso, neste Dia das Mães, a Sociedade Brasileira de Mastologia esclarece que é mito pensar que a hereditariedade é o principal fator de risco em casos de câncer de mama. Estudos comprovam que apenas 5% a 10% de casos têm de fato na sua base uma composição genética familiar, ou seja, em sua maioria a causa do câncer de mama é chamada de tumores esporádicos, que acontecem ao acaso.

Ainda assim, mesmo não sendo o principal fator para a doença, testes genéticos podem ser realizados em mulheres com alto risco de mutações associadas ao câncer de mama. Porém, recente estudo publicado pelo JAMA, o Jornal da Associação Americana de Medicina, revelou que médicos costumam não recomendar este tipo de exame para pacientes nestas condições. "Mulheres têm muito interesse em testes genéticos, mas muitas não recebem indicação para fazê-los", afirmou Allison Kurian, professora de Medicina na Universidade de Stanford e principal autora do estudo. "Isso é particularmente preocupante porque significa que os médicos estão perdendo a oportunidade de prevenir o câncer em portadoras de mutações e membros da família", acrescentou.

O estudo identificou que cerca de 60% das pacientes que não realizaram o teste afirmaram que não fizeram porque seus médicos não recomendaram e apenas 40% de todas as mulheres com alto risco relataram receber aconselhamento genético para ajudá-las a decidir ou entender os resultados. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Antonio Luis Frasson, os resultados são preocupantes porque os testes podem ser uma ferramenta poderosa para mulheres de grupos de risco. “Por mais que a genética não seja o principal fator de risco para a doença, não podemos negar o direito da mulher de entender e decidir que tipo de cirurgia ela pode optar para tratar um câncer de mama ou tratamentos para tentar diminuir o risco de desenvolver novos cânceres no futuro.”

Segundo Frasson, o percentual de mulheres que faz o teste no Brasil é muito inferior ao que seria o recomendado. No sistema público, porque não está disponível, e fora dele, na maioria das vezes, por falta de informação e desinteresse.

Fonte: Sociedade Brasileira de Mastologia


Câncer de Mama: O que é

O câncer de mama se caracteriza pela proliferação anormal, de forma rápida e desordenada, das células do tecido mamário. A doença se desenvolve em decorrência de alterações genéticas. Porém, isso não significa que os tumores da mama são sempre hereditários.

Em seu funcionamento normal, o corpo substituiu as células antigas por células novas e saudáveis. As mutações genéticas podem alterar a habilidade da célula de manter sua divisão e reprodução sob controle, produzindo células em excesso, formando o tumor.

Um tumor pode ser benigno (não perigoso para a saúde) ou maligno (tem o potencial de ser perigoso). Os benignos não são considerados cancerígenos: suas células têm aparência próxima do normal. Elas crescem lentamente e não invadem os tecidos vizinhos, nem se espalham para outras partes do corpo.

Já os tumores malignos são cancerosos. Caso suas células não sejam controladas, podem crescer e invadir tecidos e órgãos vizinhos, eventualmente se espalhando para outras partes do corpo.

O câncer de mama consiste em um tumor maligno que se desenvolve a partir de células da mama. Geralmente, ele começa nas células do epitélio que reveste a camada mais interna do ducto mamário. Mais raramente, o câncer de mama pode começar em outros tecidos, tais como o adiposo e o fibroso da mama.

O câncer de mama pode ser "in situ", aquele em que ainda não há risco de invasão e metástase, com chances de cura de aproximadamente 100%. Mesmo os tumores invasivos (quando invadem a membrana basal da célula) podem ser curados se o diagnóstico for estabelecido em fase precoce.

As alterações nos genes podem ser herdadas (casos dos cânceres hereditários) ou adquiridas. O câncer de mama hereditário corresponde a cerca de 5% a 10% dos casos, ou seja, quando existem parentes de primeiro grau com a doença. Portanto, 90% dos casos decâncer de mama não têm origem hereditária.

As alterações genéticas, que são chamadas mutações, podem ser determinadas por vários fatores, entre eles: exposição a hormônios (estrogênios), irradiação na parede torácica para tratamento de linfomas, excesso de peso, ausência de atividade física, excesso de ingestão de gordura saturada e álcool.

Fonte: Sociedade Brasileira de Mastologia


Sociedade Catarinense de Mastologia

Cinco anos da Lei da reconstrução mamária

A Lei Nº 12.802/2013, que garante às mulheres mastectomizadas o direito de ter suas mamas reconstruídas no mesmo ato cirúrgico, completa cinco anos, e embora a reconstrução mamária em mulheres atendidas pelo SUS tenha aumentado no período entre 2008 e 2014, de 15% para 29,3%, cerca de  7,6 mil mulheres tratadas pelo SUS em 2015 não puderam ser beneficiadas pela lei.

Um estudo recém-publicado no Journal of Surgical Oncology, coordenado pelo Dr Ruffo de Freitas Junior e outros médicos colaboradores membros da Sociedade Brasileira de Mastologia, revela que se comparado ao número de mastectomias realizadas as reconstruções ainda são insuficientes para atender todas as pacientes que necessitam deste procedimento, principalmente as que retiraram as mamas há muitos anos.

Para o presidente da SBM, Antonio Frasson, a lei ajudou a aumentar os números, mas sua aplicabilidade ainda é ineficaz. “A falta de infraestrutura dos Estados de um modo geral demonstra que há ainda muitas barreiras ao acesso à reconstrução pós-mastectomia no Brasil. Nessa direção, nós da SBM estamos treinando cirurgiões mastologistas em todo o Brasil para potencializar a oncoplástica, buscando contribuir com a minimização dessa fila de espera”, diz o mastologista.

Dr. Antonio Frasson lembra que o estudo foi feito com base nos dados do Serviço de Transferência de Dados, conhecido como DATASUS. Dentro do período analisado, foram realizadas 193.596 cirurgias de mama, sendo que reduziu o número de mastectomias e esvaziamentos axilares, assim como aumentaram as cirurgias conservadoras e reconstruções com implantes, conforme mostra a tabela abaixo.“A diminuição do esvaziamento axilar nos procedimentos significa que as pacientes terão menos complicações e uma melhor qualidade de vida por conta dos movimentos dos braços”, explica Frasson, completando que a rede pública precisa melhorar os pontos citados para que os números sejam ainda melhores.

A Sociedade Brasileira de Mastologia vem promovendo um programa de educação continuada com o objetivo de qualificar o mastologista com as técnicas oncoplásticas e ampliar a oferta de cirurgiões para este procedimento e amenizar o impacto na autoestima da paciente. O curso é constituído de 10 módulos, a maioria aulas práticas, que são as próprias cirurgias.

Fonte: Sociedade Brasileira de Mastologia


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Quando o câncer de mama retorna

Celebridade americana volta ser diagnosticada com a doença depois de 25 anos e causa reflexão

O anúncio da atriz e cantora Olivia Newton-John, conhecida pelo filme "Grease: nos tempos da brilhantina", (1978), de que seu câncer de mama voltou e se espalhou para a parte inferior das costas traz à tona uma discussão sobre quando e porque há reincidência da doença. No caso da celebridade americana, que desde o primeiro diagnóstico, em 1992, tem levantado fundos para pesquisa e tratamento dessa patologia, se passaram mais de duas décadas, o que para muitos é algo surpreendente. No entanto, para especialistas essa possibilidade é mais comum do que se imagina e, por isso, é essencial um acompanhamento médico contínuo.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, a chance de ocorrer as recidivas tumorais ou metástases depende de vários fatores. Segundo a entidade, há, atualmente, alguns tipos de câncer de mama mais agressivos (triplo negativos) e que apresentam maior possibilidade de voltar precocemente nos primeiros dois anos. Outros tumores como os ditos luminais (com forte expressão de receptores de estrogênio e progesterona – conhecidos como hormonais sensíveis) são menos agressivos e podem sim retornar mais tarde, inclusive após 10 ou 15 anos.

De acordo com o mastologista André Mattar, membro da Sociedade Brasileira de Mastologia, os locais mais comuns de metástase são ossos, pulmões, fígado e cérebro. A que apresenta melhor prognóstico é a metástase óssea, com sobrevida mais longa devido à resposta dessas lesões à terapia hormonal e outros tratamentos. “Muitas vezes só a biópsia poderá definir se é metástase ou um novo tumor”, afirma o doutor.

Para ele, no caso da celebridade americana não há dúvidas de que os hábitos saudáveis e exercícios físicos adotados pela atriz durante anos colaboraram para o aumento do tempo da recidiva, assim como sua sobrevida (tempo de vida após o diagnóstico do câncer). “Mas precisamos lembrar que o tipo do câncer (responsivo a hormônios, por exemplo) deve ser a principal causa deste tempo longo”, explica ele.

Para as mulheres que já tiveram câncer de mama, a SBM recomenda de acordo com estudos atuais e guidelines de todas as entidades médicas mundiais, a realização de exames clínicos periódicos (de seis em seis meses nos primeiros dois anos e depois anual) e a mamografia anual. Caso haja alguma suspeita parte-se para investigação com exames de imagem. “O essencial é o acompanhamento de um mastologista para avaliação periódica, pois simplesmente realizar exames de forma aleatória não faz sentido e, ainda, provoca ansiedade e estresse, muitas vezes desnecessários”, ressalta Mattar.

O mastologista finaliza, afirmando que em relação ao tempo que se descobre a volta do câncer, não há qualquer diferença na sobrevida se a doença metastática for descoberta cedo ou tarde. Segundo ele, o que é diferente é quando o câncer é descoberto na primeira vez em estágio inicial. “Nesse caso quanto menor o tumor e menos envolvimentos dos gânglios, maior a chance de cura”, conclui.

Fonte: Sociedade Brasileira de Mastologia


Sociedade Catarinense de Mastologia

Índices Prognósticos Anátomo-Patológicos no Câncer de Mama

Confira seleção de artigos científicos sobre atualização no diagnóstico e tratamento do câncer de mama disponíveis para download:

 


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Indicações de Radioterapia Pós Mastectomia

Seleção dos artigos apresentados durante a Reunião Científica disponíveis para download: