SBM/SC estuda implementação de cooperativa

Na busca pela valorização  dos mastologistas de Santa Catarina, a diretoria atual da Sociedade Catarinense de Mastologista avalia a  implementação de Cooperativa dos Médicos Mastologistas do Estado.

O modelo que  já é  utilizado em outras categorias e em regiões como Bahia e Paraná, tem como objetivo a valorização dos serviços médicos através da negociação dos honorários junto aos convênios .  A diretoria iniciou estudos e abriu debate entre os associados para a estruturação  do processo de abertura da cooperativa.

No próximo dia 16 de setembro será realizada reunião com associados interessados e a diretoria para estabelecer um plano de ação e dar início ao processo de criação da cooperativa. O evento será realizado na ACM Florianópolis, a partir das 10h30. Todos estão convidados.

Segundo a Diretoria da SBM/SC, a ação busca promover a união dos médicos mastologistas de Estado de Santa Catarina, promovendo a integração em todos os segmentos para um trabalho em conjunto e impulsionando o desenvolvimento profissional da classe, atuando junto aos convênios e participando mais ativamente de eventos da área médica, lançando novos benefícios paralelos a todos os cooperados.

 


Nota à população sobre linfomas associados às próteses de mama

A Sociedade Brasileira de Mastologia esclarece que, em relação aos dados divulgados pela FDA, a agência americana responsável pelo controle de alimentos e medicamentos, e com base nos dados de conhecimento global desse e dos demais estudos analisados até o presente momento, não há necessidade de alarme em relação a riscos oncológicos ou em relação a outras doenças que possam ser provocadas pelas próteses mamárias. Os dados apresentados pelo FDA já são conhecidos da comunidade médica de especialidade.

O linfoma anaplásico de grandes células associado às próteses mamárias é um subtipo bastante raro de linfoma de células T, que se estima possa surgir um caso em cada 500 mil mulheres com próteses. Mesmo com o alerta dos 12 óbitos relacionados a esta doença nos Estados Unidos e na Austrália, os índices de cura para ela são bastante altos, ultrapassando 90% dos casos. A maioria das pacientes é tratada apenas com a remoção da prótese e da cápsula, sem a necessidade de quimioterapia ou radioterapia.

O silicone presente nas próteses mamárias é um elastômero e a sua viscosidade depende da sua massa molecular. Desde que foram lançadas estas próteses em 1962, foram criadas diversas gerações com diferentes viscosidades e texturizações no seu revestimento. As próteses atuais são de gel mais coesivo, com diversas camadas, o que permite que mantenham sua forma tanto na cirurgia estética quanto na reconstrução mamária. A grande maioria das próteses mamárias implantadas nas últimas duas décadas são texturizadas. Assim, não se consegue estabelecer um nexo causal claro entre a texturização e o surgimento desta doença, visto que quase não se implantam mais próteses lisas, e que também foram relatados casos de linfoma com próteses lisas.

É preciso ressaltar que as próteses mamárias são, entre todas as próteses implantadas no corpo humano com diferentes finalidades médicas, aquelas que foram mais extensivamente estudadas na literatura científica. Além disso, o silicone está na composição de diversos outros produtos da área médica, inclusive catéteres de quimioterapia e próteses de uso em outros órgãos e sistemas. É fundamental que quaisquer novos dados sejam analisados à luz de seus impactos para a saúde da população, levando em consideração os riscos potenciais envolvidos versus os benefícios conhecidos das terapêuticas empregadas.

Assim, a Sociedade Brasileira de Mastologia reitera o seu compromisso de vigilância e monitoramento constante de quaisquer informações que venham a afetar direta ou indiretamente a saúde e a segurança das pacientes sob os cuidados dos membros de nossa especialidade. E que não há nenhum dado até o presente momento que justifique qualquer mudança de postura ou intranquilidade por parte das pacientes portadoras de implantes mamários, sejam elas oriundas de cirurgias estéticas ou reconstrutoras. Devem essas pacientes apenas seguir com a realização de exame clínico mamário e exames de imagem regulares, e serem alertadas que esta é uma condição muito rara, para qual o seu cirurgião a estará monitorando.

Antônio Luiz Frasson

Presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia

Fonte: Sociedade Brasileira de Mastologia


Sociedade Catarinense de Mastologia

Quando o câncer de mama retorna

Celebridade americana volta ser diagnosticada com a doença depois de 25 anos e causa reflexão

O anúncio da atriz e cantora Olivia Newton-John, conhecida pelo filme "Grease: nos tempos da brilhantina", (1978), de que seu câncer de mama voltou e se espalhou para a parte inferior das costas traz à tona uma discussão sobre quando e porque há reincidência da doença. No caso da celebridade americana, que desde o primeiro diagnóstico, em 1992, tem levantado fundos para pesquisa e tratamento dessa patologia, se passaram mais de duas décadas, o que para muitos é algo surpreendente. No entanto, para especialistas essa possibilidade é mais comum do que se imagina e, por isso, é essencial um acompanhamento médico contínuo.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, a chance de ocorrer as recidivas tumorais ou metástases depende de vários fatores. Segundo a entidade, há, atualmente, alguns tipos de câncer de mama mais agressivos (triplo negativos) e que apresentam maior possibilidade de voltar precocemente nos primeiros dois anos. Outros tumores como os ditos luminais (com forte expressão de receptores de estrogênio e progesterona – conhecidos como hormonais sensíveis) são menos agressivos e podem sim retornar mais tarde, inclusive após 10 ou 15 anos.

De acordo com o mastologista André Mattar, membro da Sociedade Brasileira de Mastologia, os locais mais comuns de metástase são ossos, pulmões, fígado e cérebro. A que apresenta melhor prognóstico é a metástase óssea, com sobrevida mais longa devido à resposta dessas lesões à terapia hormonal e outros tratamentos. “Muitas vezes só a biópsia poderá definir se é metástase ou um novo tumor”, afirma o doutor.

Para ele, no caso da celebridade americana não há dúvidas de que os hábitos saudáveis e exercícios físicos adotados pela atriz durante anos colaboraram para o aumento do tempo da recidiva, assim como sua sobrevida (tempo de vida após o diagnóstico do câncer). “Mas precisamos lembrar que o tipo do câncer (responsivo a hormônios, por exemplo) deve ser a principal causa deste tempo longo”, explica ele.

Para as mulheres que já tiveram câncer de mama, a SBM recomenda de acordo com estudos atuais e guidelines de todas as entidades médicas mundiais, a realização de exames clínicos periódicos (de seis em seis meses nos primeiros dois anos e depois anual) e a mamografia anual. Caso haja alguma suspeita parte-se para investigação com exames de imagem. “O essencial é o acompanhamento de um mastologista para avaliação periódica, pois simplesmente realizar exames de forma aleatória não faz sentido e, ainda, provoca ansiedade e estresse, muitas vezes desnecessários”, ressalta Mattar.

O mastologista finaliza, afirmando que em relação ao tempo que se descobre a volta do câncer, não há qualquer diferença na sobrevida se a doença metastática for descoberta cedo ou tarde. Segundo ele, o que é diferente é quando o câncer é descoberto na primeira vez em estágio inicial. “Nesse caso quanto menor o tumor e menos envolvimentos dos gânglios, maior a chance de cura”, conclui.

Fonte: Sociedade Brasileira de Mastologia