Outubro Rosa 2019

Nossa ação em prol do Outubro Rosa em 2019 foi um sucesso graças à adesão dos mastologistas de Santa Catarina! Para este ano, estamos planejando algo muito especial e já gostaríamos de convidá-lo a participar e reforçar a importância desta campanha.

Participe conosco em 2020!


Dr. Cristiano Steil - Itajaí


Dr. Erik Winnkow - Criciúma


Dr. Fernando Martins - Lages


Dr. Luciano, Drª Rebeca e Drª Maria Luíza - Florianópolis


Dr. Lúcio Dalri - Rio do Sul


Dr. Marcelo Moreno e Drª Liana - Chapecó


Dr. Rodrigo Lenharte - Braço do Norte


Drª Bianca - Blumenau


Drª Celina - São Miguel do Oeste


Drª Daniela e Dr. Francisco - Mafra


Drª Débora e Dr. Alexandre - Tubarão


Drª Fabíola - Caçador


Drª Flávia e Dr. Fernando - Joinville


Drª Mara - Xanxerê


Drª Christiane e Drª Tânia - São José


Drª Cláudia, Drª Fernanda e Drª Melina - Navegantes


Drª Talita e Drª Alessandra - Balneário Camboriú


Dr. Márcio e Dr. Júlio e Drª Ísis - Joaçaba


Ressonância Magnética das Mamas

Em 1986, saíram os primeiros estudos sobre ressonância magnética das mamas e seus benefícios para o diagnóstico do câncer de mama. Na década de 90, esse método de imagem foi integrado aos exames de diagnóstico para doenças relacionadas à mama e, a partir daí, muito já se estudou a respeito.

Atualmente, esse exame tem sido bastante realizado como meio de diagnóstico e controle de lesões relacionadas às mamas, porém as suas indicações são extremamente precisas e a sua realização deve ser bem ponderada.

O mastologista
e o radiologista mamário, que estudam e entendem especialmente das
potencialidades e limitações da ressonância de mama, são os médicos mais
indicados a orientarem e solicitarem esse exame, para que se tenha um
diagnóstico conciso e não gere mais dúvidas nas condutas e tratamentos.

Diferente da
mamografia, que tem um papel de rastreamento populacional, ou seja, é feito na
população em geral sem sintomas, a ressonância apresenta indicações
pré-determinadas por pesquisas e publicações de sociedades internacionais e
nacionais dedicadas ao estudo e diagnóstico de doenças da mama e especialmente
do câncer de mama.

As
principais indicações para realização desse método de imagem são:

  1. Avaliação da resposta à quimioterapia – pacientes com diagnóstico de câncer de mama que necessitam fazer quimioterapia antes da cirurgia. Em alguns casos, a ressonância pode ser útil para avaliar o grau de resposta do tumor ao tratamento.
  2. Estadiamento pré-operatório – algumas pacientes com diagnóstico de câncer de mama podem ter benefícios adicionais com a ressonância magnética pré-operatória.
  3. Exames de imagem convencionais inconclusivos – se a mamografia e a ultrassonografia não estabelecem um diagnóstico preciso ou se, mesmo com diagnóstico ainda existem dúvidas em relação à melhor conduta a ser tomada, a ressonância pode auxiliar o diagnóstico e orientar no melhor tratamento a ser realizado.
  4. Pacientes com alto risco familiar – algumas mulheres apresentam alterações genéticas e têm uma maior probabilidade de ter o câncer de mama. Sendo assim, a ressonância de mamas para rastreamento nessas pacientes específicas tem indicação precisa da sua realização. Entretanto, apenas o médico especialista na área de mama pode determinar a necessidade da realização da ressonância de mama como meio de rastreamento. Esse é um assunto muito importante, que será abordado especificamente nas nossas próximas publicações.
  5. Outras indicações: avaliação de implantes mamários, diagnóstico de “tumor oculto”, avaliação de “fluxo papilar”.

Sendo observada sua real necessidade, é fundamental que a paciente esteja ciente de pontos importantes para a realização da ressonância magnética das mamas. Um deles é a correlação com os exames de mama previamente realizados, sejam eles mamografia, ultrassonografia e até mesmo biópsias. Essa correlação pode trazer mais precisão no diagnóstico e melhor benefício à paciente.

Além disso,
o uso do meio de contraste endovenoso é indispensável na realização do exame
para o diagnóstico do câncer de mama, o qual não deve ser realizado com esse
objetivo sem a utilização do mesmo.

Outras
situações podem ser determinantes nos achados de imagem, sendo indicada, salvo
situações específicas, a realização preferencialmente entre o 7º e 14º dias do
ciclo menstrual e evitar a realização em lactantes. Além disso o uso de terapia
de reposição hormonal ou hormônios esteroidais deve ser comunicada no momento
do exame, não sendo rara a necessidade da suspenção do uso por algum período em
casos específicos.

Outro ponto
importante a ser lembrado é a interação multidisciplinar entre as equipes de
diagnóstico e tratamento do câncer de mama, solucionando assim, possíveis
dúvidas em beneficio à paciente.

A
ressonância magnética das mamas vem apresentando grandes avanços e melhorias técnicas
progressivamente, sendo que a otimização de protocolos de exames e utilização
de novas técnicas de aquisição das imagens e análise estão sendo cada vez mais
estudadas e acrescentadas à prática clínica. Cabe ao profissional estar bem
atualizado da real necessidade de sua utilização, procurando lançar mão dessa
importante ferramenta diagnóstica em situações adequadas e bem definidas, além
de orientar às pacientes para a importância da realização do exame nessas
condições, buscando vencer o desafio do diagnóstico e tratamento adequados
frente ao câncer de mama.

Luciane
Stüpp de Freitas

Médica
radiologista especialista em radiologia mamária.

CRM/SC 11627
RQE 10083.

Bibliografia
sugerida:

  1. Urban, L.A.B.D., et. al..MAMA. I ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019.
  2. https://www.uptodate.com/contents/mri-of-the-breast-and-emerging-technologies?search=MRI%20of%20the%20breast%20and%20emerging%20technologies&source=search_result&selectedTitle=1~150&usage_type=default&display_rank=1
  3. Kuhl, C. The Current Status of Breast MR Imaging Part I. Choice of
    Technique, Image
  4. Interpretation, Diagnostic Accuracy, and Transfer to Clinical Practice1
    Radiology: Volume
    244: Number 2—August 2007.
  5. Kuhl, C. Current Status of Breast MR Imaging Part 2. Clinical Applications1Radiology: Volume
    244: Number 3—September 2007.

Seguimento radiológico pós-tratamento cirúrgico do câncer de mama

Confira a seleção de artigos científicos sobre o tema disponíveis para download:

Primary breast cancer: ESMO Clinical PracticeGuidelines for diagnosis, treatment and follow-up

Breast Cancer Screening With Mammography PlusUltrasonography or Magnetic Resonance Imagingin Women 50 Years or Younger at Diagnosis and TreatedWith Breast Conservation Therapy

Analysis of Skin Flap Thickness and ResidualBreast Tissue After Mastectomy


Questões atuais no tratamento cirúrgico do câncer de mama

Confira a seleção de artigos científicos sobre o tema disponíveis para download:

Extreme Oncoplasty: Expanding Indications for Breast Conservation

Comparison of breast-conserving surgery with mastectomy in locally advanced breast cancer after good response to neoadjuvant chemotherapy

The feasibility of breast-conserving surgery for multiple ipsilateral breast cancer: An initial report from ACOSOG Z11102 (Alliance) trial


Outubro e Mamografia

O outubro rosa é o mês de conscientização sobre a importância da realização da mamografia no rastreamento do câncer de mama. A campanha, que inicialmente falava da necessidade do autoexame, atualmente procura dar enfoque à realização da mamografia, pois é sabido que o diagnóstico do câncer de mama antes da sua apresentação clínica apresenta maior chance de tratamento e cura.

A mamografia,
embora seja um exame de imagem utilizado há longa data, persiste sendo o
principal meio diagnóstico de lesões iniciais do câncer de mama. As
"microcalcificações", que correspondem à apresentação mais inicial da
neoplasia mamária, são identificáveis com maior sensibilidade por esse método
de imagem. Vale destacar que novas tecnologias têm aperfeiçoado o diagnóstico
mamográfico, bem como a redução do desconforto da realização do exame.

Conscientização

A mamografia
digital e a tomossíntese (um exame derivado da mamografia) são a evolução dos
primeiros mamógrafos analógicos e estão bem estabelecidos como meios de
rastreamento, sendo recomendados pelas principais entidades brasileiras*
envolvidas no diagnóstico e tratamento do câncer de mama, bem como por
entidades internacionais**.

Estudos recentes mostram que a realização do rastreamento mamográfico, a partir dos 40 anos de idade, podem diagnosticar aproximadamente 19% mais casos de câncer de mama do que quando iniciado a partir dos 50 anos.

Além disso, sabe-se que a mamografia tem capacidade de reduzir a mortalidade pelo câncer de mama, sendo referidos estudos com redução da mortalidade em até 38%, haja vista a capacidade da mamografia mostrar lesões mais incipientes, o que aumenta as chances de realização de tratamentos mais adequados e melhor resposta ao tratamento.

A padronização para
a realização da mamografia é determinada por consensos de especialistas,
baseados em estudos clínicos e pesquisas, sendo preconizado no Brasil:

  • Pacientes com risco usual (população geral): realização anual a partir dos 40 anos.
  • Pacientes com mutação genética conhecida ou parente de 1º grau com mutação: realização anual a partir dos 30 anos.
  • Pacientes com antecedente pessoal de câncer de mama com tratamento conservador: realização anual a partir do diagnóstico.
  • Pacientes previamente submetidas a radioterapia torácica: realização anual a partir do 8º ano após o tratamento (não antes dos 30 anos).

A tecnologia a favor da vida

A técnica de realização do exame mamográfico consiste na compressão da mama para aquisição das imagens mais bem detalhadas, o que para algumas pacientes pode ser um empecilho. Desta forma, procura-se evitar a realização do exame no período menstrual (fase de maior sensibilidade das mamas).

A técnica de
autocompressão***, recentemente empregada em mamógrafos mais modernos, em que a
própria paciente comprime a mama durante a realização do exame, mostrou bons
resultados, com qualidade de imagem semelhante à aquisição convencional, sem
prejudicar o diagnóstico e com uma boa tolerância das pacientes ao exame.

Acredita-se que a
tecnologia de autocompressão pode diminuir a ansiedade em relação ao exame e
consequentemente melhorar a adesão ao rastreamento. A técnica de autocompressão
já está disponível nos principais serviços que realizam mamografia digital em
Santa Catarina.

Para saber mais,
acesse os links abaixo:

  1. *http://www.scielo.br/pdf/rb/v50n4/pt_0100-3984-rb-50-04-0244.pdf
  2. **https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/pdf/breast-screening.pdf
  3. ***https://jamanetwork.com/journals/jamainternalmedicine/article-abstract/2723076?utm_campaign=articlePDF&utm_medium=articlePDFlink&utm_source=articlePDF&utm_content=jamainternmed.2018.7169
  4. https://www.jacr.org/article/S1546-1440(17)31524-7/pdf?_ga=2.241970817.2003548903.1569893606-1576707685.1569893606
  5. https://www.ajronline.org/doi/10.2214/AJR.16.17759

Dra.
Luciane Stüpp de Freitas

CRM/SC
11.627 RQE: 10083

Médica
Radiologista

Membro
Titular do Colégio Brasileiro de Radiologia


Tomossíntese Mamária

O QUE É?

A tomossíntese mamária ou mamografia 3D é a evolução
tecnológica da mamografia digital.

TÉCNICA

O tubo de raio-X se move em arco e, durante o deslocamento, diferentes imagens bidimensionais de baixa dose são obtidas em angulações distintas. A partir destas projeções, imagens tomográficas da mama, paralelas ao detector são reconstruídas.

A mama é comprimida de forma semelhante à
realizada nas mamografias convencional e digital.

Com a mama comprimida, primeiro obtém-se as imagens de tomossíntese e, em seguida, a mamografia digital convencional, de tal forma que sejam realizados registros das duas mamas nas incidências crânio-caudal e mediolateral oblíqua com as duas técnicas (COMBO).

POR QUE
REALIZAR O COMBO?

A realização da mamografia digital 2D associada
à tomossíntese tem como objetivos:

- Comparação com exames prévios e futuros.

-Visualização
panorâmica das mamas, permitindo a comparação entre as mesmas.

O EXAME
É SEGURO?

Sim.

A  dose
de radiação de um exame completo permanece abaixo do permitido pelo Mammography Quality Standards ActMQSA (< 5,8 mGy por mama.)

INDICAÇÕES

MESMAS DA MAMOGRAFIA- Rastreamento em mulheres
assintomáticas, em todos os padrões mamográficos.

A NCCN (National
Comprehensive Cancer Network
) e o Colégio Brasileiro de Radiologia recomendam
considerar a tomossíntese no cenário de rastreamento, a partir de 40 anos,
quando disponível.

BENEFÍCIOS

A tomossíntese pode poupar a realização de
incidências adicionais, otimizar o fluxo de trabalho e reduzir a dose de
radiação que poderia ser necessária com um estudo com mamografias 2D apenas.

Todos os padrões mamográficos podem se
beneficiar com o método, sobretudo as mamas com densidades fibroglandulares
esparsas e as heterogeneamente densas.

A tomossíntese apresenta  grande utilidade na avaliação de:

-
Assimetrias;

-
Distorções arquiteturais;

- Margens
de nódulos.

A grande vantagem do método está na redução da sobreposição tecidual com consequente aumento da detecção do câncer de mama.

Dra. Aline
Dias S G Guimarães

CRM/SC
13.537 RQE: 11.316

Médica
Radiologista

Membro Titular do Colégio Brasileiro de Radiologia

Para mais informações, leia o artigo com as Recomendações do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, da Sociedade Brasileira de Mastologia e da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia para o rastreamento do câncer de mama.


Você sabia que amamentar reduz o risco de desenvolver câncer de mama?

Além de ser um ato de amor, amamentar resulta em vários benefícios - não só para a criança, mas também para a mãe. Considerado um alimento completo, o leite materno protege o bebê de doenças, proporciona um melhor desenvolvimento de sua arcada dentária e aumenta os laços afetivos entre a mãe e seu filho. Além disso, amamentar ainda reduz as chances de a mulher desenvolver câncer de mama.

O mecanismo que ativa essa proteção ainda não foi elucidado por completo, entretanto, hipóteses indicam que durante o tempo do aleitamento, as taxas hormonais da mãe sofrem uma redução, o que é benéfico ao organismo da mesma.

Amamentar por um período prolongado é considerado um fator de proteção contra o câncer de mama. De acordo com um estudo publicado em 2002, com a participação de mulheres de 30 nacionalidades distintas, a probabilidade de contrair a doença é reduzida 4,3% a cada 12 meses de duração da amamentação (independente da idade da mãe).

Com o objetivo de conscientizar sobre a importância deste ato, agosto foi eleito o mês do aleitamento materno (Agosto Dourado) e, entre os dias 1 e 7, é celebrada a Semana Mundial da Amamentação.

Para saber mais sobre o tema, acesse o site da Aliança Mundial de Ação Pró-Amamentação (Waba).  


Aplicações baseadas em evidências do uso do PET/CT em câncer de mama

Confira seleção de artigos científicos sobre o tema e disponíveis para download:

PET/CT for Patients With Breast
Cancer: Where Is the Clinical Impact?

Performance of FDG PET/CT in the Clinical Management of Breast Cancer

Axillary dissection versus no axillary dissection in patients with breast cancer and sentinel-node micrometastases

Radiotherapy or surgery of the axilla after a positive sentinel node in breast cancer

Effect of Axillary Dissection vs No Axillary Dissection on 10-Year Overall Survival AmongWomen With Invasive Breast Cancer and Sentinel Node Metastasis


Sociedade Catarinense de Mastologia

Nota de esclarecimento sobre próteses mamárias

A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) - Regional Santa Catarina - frente à decisão da empresa Allergan de retirar alguns tipos de próteses do mercado após a decisão da autoridade sanitária americana ( FDA) por suposta associação ao linfoma anaplasico de células gigantes, vem informar a todos que:
1 - a decisão de tirar as próteses do mercado brasileiro foi decisão da empresa Allergan, sem imposição da autoridade sanitária brasileira ( Anvisa ).
2 - o linfoma anaplásico associado ao uso de prótese mamária tem uma incidência de 1 caso para cada 30000 pacientes com relato de apenas 573 casos em todo o mundo e quando ocorre tem uma chance de cura de 95%.
3 - Há relatos de linfoma anaplásico com os mais variados tipos e marcas de próteses.
4 - não há necessidade de substituição de próteses se não houver alterações clínicas ou de imagem.
5 - toda paciente com prótese mamária deve fazer controle anual e seguir a orientação de seu médico quanto ao momento de trocar ou retirar as próteses.
Cristiano Steil
Presidente da SBM - Regional Santa Catarina